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Líderes europeus decidem se rearmar e alinham discurso de obter paz por meio da força para proteger Ucrânia contra Rússia


Ursula von der Leyen reafirmou importância de aumentar gastos em Defesa entre os países da União Europeia após cúpula neste domingo em Londres para discutir apoio à Ucrânia. Europa vai trabalhar com Kiev sobre fim da Guerra
Lideres europeus falaram neste domingo (2) na necessidade de rearmar “urgentemente” os países do continente —e alinharam um discurso de estabelecer a paz por meio da força, com ajuda financeira e militar à Ucrânia, para proteger o país contra a Rússia.
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Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, fala à imprensa após cúpula de líderes europeus sobre a Ucrânia, em Londres, no Reino Unido, em 2 de março de 2025.
Christophe Ena/Pool via REUTERS
A medida se dá em meio à ameaça dos Estados Unidos de deixar de apoiar a Ucrânia na guerra contra a Rússia, iniciada em 2022, depois de o governo de Vladimir Putin invadir o território ucraniano. O presidente Donald Trump pressiona por um acordo de paz com a Rússia, sob a desconfiança ucraniana e da Europa de que Putin pode voltar a atacar mesmo após um cessar-fogo.
Também ocorre depois de Trump ter exigido que os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma aliança militar por 32 países, aumentassem os gastos em defesa. O presidente americano abriu a possibilidade de os EUA não serem mais o principal agente de garantia da segurança da Europa, o que ameaça um pacto vigente desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Líderes de 18 países se reuniram neste domingo em Londres, na Inglaterra, para debater o apoio à Ucrânia. Participaram o premiê britânico Keir Starmer, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e líderes da França, Alemanha, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Itália, Holanda, Noruega, Polônia, República Tcheca, Romênia, Suécia e Turquia, além do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.
“Precisamos urgentemente rearmar a Europa”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Ursula reiterou a importância dos países da União Europeia aumentarem os gastos com defesa. Afirmou ainda que a Europa também precisa mostrar aos Estados Unidos estar pronta para defender a democracia.
“Todos entendemos que, após um longo período de subinvestimento, agora é de extrema importância aumentar o investimento em defesa por um período prolongado. Faremos isso pela segurança da União Europeia. (…) Os Estados-membros precisam de mais espaço fiscal para intensificar os gastos com defesa. (…) Temos que nos preparar para o pior e, portanto, aumentar os gastos”, disse Ursula à imprensa após a reunião em Londres.
A reunião, liderada pelo primeiro-ministro britânico Keir Starmer, ocorreu dias após o bate-boca entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente ucraniano na Casa Branca na sexta-feira. A discussão piorou ainda mais a relação entre EUA e Ucrânia, abalada desde que Trump retornou à Casa Branca em janeiro —durante o governo Biden, os EUA foram um dos maiores doadores de ajuda financeira e militar aos ucranianos contra a invasão russa.
‘Coalizão dos dispostos’
Em coletiva após o encontro, Starmer afirmou que foi criada uma “coalizão dos dispostos” para desenvolver estratégias para garantir a segurança da Europa e da Ucrânia, mas não disse quais países estão envolvidos. O premiê britânico também reiterou que qualquer paz duradoura na Ucrânia precisa assegurar a soberania e a segurança do país de Zelensky, e demonstrou segurança em conseguir articular isso com Trump.
Starmer também disse que, no caso de um acordo de cessar-fogo na guerra entre a Ucrânia e a Rússia, o Reino Unido está pronto para contribuir com o envio de tropas e apoio aéreo para reforçar as defesas do país e garantir a paz no território.
Mais cedo neste domingo, Keir Starmer afirmou em entrevista à rede britânica “BBC” que o Reino Unido, a França e a Ucrânia trabalharão juntos para elaborar um plano de cessar-fogo na guerra contra a Rússia, que será apresentado aos EUA quando ficar pronto. (Leia mais abaixo)
Durante a reunião, Starmer disse aos líderes europeus que é necessário aproveitar este “momento único de uma geração” para intensificar o apoio à Ucrânia e, consequentemente, para a segurança da Europa.
“Ainda que a Rússia fale sobre paz, eles continuam com sua agressão implacável. (…) Precisamos definir quais passos sairão desta reunião para alcançar a paz por meio da força, em benefício de todos”, afirmou.
Starmer falou na importância de “fortalecer a Ucrânia para garantir a paz, quando ela chegar”. Porque temos que aprender com os erros do passado. Não podemos aceitar um acordo fraco como o de Minsk –que a Rússia pode violar com facilidade. Em vez disso, qualquer acordo deve ser apoiado pela força.” Os acordos de Minsk foram um cessar-fogo acertados entre Ucrânia e Rússia em 2014 e em 2015.
Após a reunião, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, também afirmou que os países europeus concordaram em aumentar os gastos com defesa e estão “intensificando seus esforços” para oferecer garantias de segurança.
Reino Unido, França e Ucrânia vão trabalhar em plano de cessar-fogo
Primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, recebe presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em sua residência presidencial em Londres em 1º de março de 2025.
Peter Nicholls/Pool Photo via AP
O Reino Unido, a França e a Ucrânia concordaram em elaborar um plano de cessar-fogo na guerra para apresentar aos Estados Unidos, disse o primeiro-ministro britânico Keir Starmer neste domingo (2), antes de cúpula de líderes europeus em Londres.
“Concordamos que o Reino Unido, juntamente com a França e possivelmente mais um ou dois países, trabalhará com a Ucrânia em um plano para interromper os combates. E então discutiremos esse plano com os Estados Unidos. (…) É realmente importante mantermos nosso foco central, que é a paz duradoura na Ucrânia”, afirmou Starmer em entrevista à rede britânica BBC.
Starmer descreveu a decisão como “um passo na direção” certa após o bate-boca entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e Zelensky na Casa Branca na sexta-feira.
“Em vez de cada país da Europa avançar separadamente, o que seria bastante lento, provavelmente precisamos formar agora uma coalizão dos dispostos”, disse Starmer.
Além disso, líderes europeus se reunirão em Londres neste domingo para discutir apoio para à Ucrânia, encarado como um importante passo para avançar em direção ao final do conflito. O objetivo do encontro é discutir ajuda militar à Ucrânia e garantir a segurança dos países europeus.
Starmer também afirmou à BBC que está focado em atuar como um mediador para restaurar as negociações de paz e criar uma nova oportunidade de aproximação entre Trump, Zelensky e o presidente francês, Emmanuel Macron, em vez de “aumentar a retórica”. Starmer e Macron conversaram novamente com Trump após o bate-boca de sexta-feira.
O premiê britânico também disse à BBC que “a relação entre os EUA e o Reino Unido é a mais próxima entre dois países no mundo”, e por isso acredita que os EUA trabalharão junto com o Reino Unido para um cessar-fogo na guerra da Ucrânia caso os europeus forneçam garantias de segurança aos ucranianos.
Líderes europeus se encontram para discutir plano de paz com Ucrânia

Fonte da Máteria: g1.globo.com