Artista apresenta safra autoral de tom experimental em disco que traz Ana Frango Elétrico, Zélia Duncan e Negro Leo ao longo de 11 faixas vanguardistas. Maria Beraldo lança o segundo álbum solo ‘Colinho’ na sexta-feira, 18 de outubro, em edição do selo Risco, seis anos após o anterior ‘Cavala’
Ivi Maiga Bugrimenko / Divulgação
Capa do álbum ‘Colinho’, de Maria Beraldo
Ivi Maiga Bugrimenko com arte de Ale Linden
♫ NOTÍCIA
♪ Seis anos se passaram entre a edição do primeiro álbum solo da cantora, compositora e clarinetista Maria Beraldo – Cavala, posto no mercado em 2018 pelo selo Risco – e o lançamento do segundo, Colinho, programado para chegar ao mundo na sexta-feira, 18 de outubro, através do mesmo selo fonográfico paulistano.
Ao longo desses seis anos, Beraldo continuou em cena com o grupo instrumental Quartabê e consolidou o nome como criadora de trilhas sonoras para teatro e cinema.
No álbum Colinho, formatado com produção musical orquestrada pela própria Maria Beraldo com Tó Brandileone, a artista retorna ao trilho autoral da discografia solo, transitando por pop de ambição vanguardista e ambiências jazzísticas em safra autoral formada por dez canções compostas pela artista sozinha ou com parceiros.
Com 11 faixas, o disco somente se desvia do trilho autoral na abordagem reverente do samba Minha missão (João Nogueira e Paulo César Pinheiro, 1981) – lançado na voz de Clara Nunes (1942 – 1983) – em gravação que alcança sete minutos no fecho do disco.
Em Ninfomaníaca, música escrita em inglês (idioma dominante no álbum) ao contrário do que faz supor o título, Beraldo põe na pauta o sexo, assunto recorrente em Colinho. No disco, Maria Beraldo afirma a identidade não binária de gênero e se embrenha em Matagal, outra música de título em português e letra em inglês. Na faixa, a voz de Beraldo se junta ao canto grave de Zélia Duncan.
Parceria da artista com Juçara Marçal e Kiko Dinucci lançada há três anos em álbum de Juçara, Delta Estácio blues (2021), Baleia reaparece imersa em águas jazzísticas.
Música composta e gravada por Maria Beraldo com Ana Frango Elétrico, Masc evoca verso escrito por Fernando Brant (1946 – 2015) na letra de Bola de meia, bola de gude (parceria com Milton Nascimento, de 1980) – “Há um menino, há um moleque morando sempre no meu coração” – no verso “Inside my chest a little boy scrolls a bunch of scenes”.
Artista associado às experimentações sonoras, Negro Leo figura no álbum Colinho como parceiro e convidado da música Quem eu sou.
Colinho, Crying now, Truco, Guma – música livremente inspirada em trecho da narrativa homoafetiva de O quarto de Giovanni (1956), romance do escritor norte-americano James Baldwin (1924 – 1987), nascido há 100 anos – e I can’t stand my father anymore são composições assinadas somente por Maria Beraldo na safra autoral do álbum Colinho.
Maria Beraldo regrava o samba ‘Minha missão’, lançado em 1981 por Clara Nunes (1942 – 1983), no fecho do álbum ‘Colinho’
Ivan Nishita / Divulgação
Fonte da Máteria: g1.globo.com