Boca de urna aponta que Nova Frente Popular deve formar maior bancada na Assembleia Nacional após 2º turno, mas sem maioria para formar governo isoladamente JEAN-LUC MELENCHON, MARINE TONDELIER e RAPHAEL GLUCKSMANN
Jean-Luc Melenchon, fundador da LFI, Marine Tondelier, dos Ecologistas e Raphael Glucksmann, do Together – Foto: Montagem/AP Photo, AFP e Reprodução
A Nova Frente Popular (NFP) de esquerda da França, uma aliança de partidos montada às pressas depois que o presidente Emmanuel Macron convocar uma eleição parlamentar surpresa, parecia destinada a obter uma vitória surpreendente na votação de domingo sobre a extrema direita e os centristas governistas.
Se as projeções iniciais forem confirmadas, Macron terá que nomear um primeiro-ministro do bloco. As estimativas iniciais geralmente são precisas.
Veja os resultados de boca de urna:
Nova Frente Popular (esquerda): entre 172 e 192 assentos
Juntos (governista, de centro): entre 150 e 170 assentos
Reunião Nacional (extrema direita): entre 132 e 152 assentos
O NFP – formado pelo Partido da extrema esquerda France Unbowed, o Partido Ecologistas, Partido Socialista e outras coligações – não disse quem seria seu escolhido para primeiro-ministro. A seguir, algumas de suas figuras mais conhecidas:
Jean-Luc Mélenchon, líder da esquerda na França
JEAN-LUC MELENCHON
O fundador da extrema esquerda La France Insoumise – LFI – (France Unbowed), Jean-Luc Melenchon, faz um discurso na sede do partido na noite da eleição, domingo, 7 de julho de 2024, em Paris – Foto: AP Photo/Thomas Padilla
Jean-Luc Mélenchon, 72 anos, tem sido um elemento fixo na política de esquerda francesa há décadas e ocupou cargos ministeriais em governos anteriores, quando era membro do Partido Socialista.
Ele concorreu à presidência em 2012, 2017 e 2022, melhorando sua pontuação a cada vez. Ele ficou em terceiro lugar em 2022, logo atrás da líder de extrema direita Marine Le Pen. Macron venceu essa eleição.
Orador inflamado, Mélenchon é uma das figuras mais divisivas da política francesa, entusiasmando alguns eleitores e horrorizando outros com suas propostas desenfreadas de impostos e gastos, retórica de guerra de classes e posições polêmicas de política externa, especialmente sobre Gaza. Os críticos o acusam de antissemitismo, o que ele nega.
Marine Tondelier, líder dos Ecologistas
Marine Tondelier
A secretária nacional dos Ecologistas-EELV, Marine Tondelier, ouve no palco após os primeiros resultados do segundo turno das eleições legislativas da França durante o evento da noite eleitoral do partido em Paris, em 7 de julho de 2024 – Foto: ALAIN JOCARD / AFP
Tondelier, 37 anos, cresceu em Henin-Beaumont, uma cidade no norte da França que é conhecida como um bastião do Rally Nacional (RN) de extrema direita e de sua líder Le Pen.
Tondelier tem um longo histórico de oposição ao RN.
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Ela foi eleita como membro da oposição do conselho municipal da cidade em 2014. Ela documentou suas experiências de trabalho sob o comando de um prefeito do RN e o que ela descreveu como a atmosfera opressiva gerada pela administração de extrema direita em um livro de 2017 intitulado “News from the Front”.
Tondelier também foi eleita para um conselho regional do norte em 2021 e tornou-se líder do partido ecologista mais conhecido da França, os Verdes, no ano seguinte.
Raphael Glucksmann, cofundador do partido de centro-esquerda Place Publique
Raphael Glucksmann
Raphael Glucksmann, do grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu – Foto: Reprodução/Redes Sociais
Raphael Glucksmann, 44 anos, liderou a lista de candidatos socialistas nas eleições europeias no início de junho. Ele obteve quase 14% dos votos, logo atrás do grupo Together de Macron. Isso foi considerado um sinal de renascimento para um partido que governou a França nas décadas passadas, mas que recentemente caiu no esquecimento eleitoral.
Glucksmann frequentou escolas de prestígio e teve uma carreira em jornalismo e radiodifusão antes de se ramificar em várias direções, inclusive como conselheiro do então presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili.
Ele defende um forte apoio europeu à Ucrânia em sua resistência contra a invasão da Rússia.
Laurent Berger, ex-líder sindical da Confederação Democrática Francesa do Trabalho (CFTD)
Laurent Berger
O secretário-geral da CFDT, Laurent Berger – Foto: AFP/ARQUIVOS – LUDOVIC MARIN
Laurent Berger, 55 anos, é ex-diretor de um dos principais sindicatos da França, o moderado CFDT. Ele tem um histórico de forte oposição ao RN.
Berger disse que não quer ser primeiro-ministro, mas outras pessoas da esquerda propuseram seu nome, dizendo que ele poderia ser uma figura unificadora e uma alternativa popular a Melenchon.
Fonte da Máteria: g1.globo.com