♪ OBITUÁRIO – Pianista de formação clássica, nascida em Belém (PA), Maria Josephina Mignone (25 de março de 1923 – 18 de julho de 2014) cruzou a barreira dos 100 anos sem jamais se separar do instrumento que aprendeu a tocar na infância, por volta dos quatro anos, no piano da avó, Josephina Maria, de quem herdou o nome (invertido).
A morte da artista paraense aos 101 anos – ocorrida anteontem em decorrência de pneumonia, em hospital da cidade de São Paulo (SP), onde a instrumentista estava internada desde 29 de junho em virtude de uma queda – enluta o universo da música erudita. Maria Josephina Mignone atuou com pianista solista, como camerista e como professora ao longo da longa vida pautada pela música.
Aluna do Instituto Gentil Bittencourt e do Conservatório Carlos Gomes, a musicista progrediu e, de aluna dessas instituições, se tornou professora da Academia Lorenzo Fernandez, no Rio de Janeiro (RJ), onde em 1964 conheceu Francisco Mignone (1897 – 1986), pianista, compositor e regente paulista com quem se casaria e com quem formaria o Duo Mignone, ativo até a morte do artista.
Quando Francisco saiu de cena, Maria Josephina se tornou uma viúva determinada a preservar a obra e a memória musical de Francisco.
A edição de partituras com temas do marido – perpetuados com a publicação do livro 24 valsas brasileiras para piano (2017) – e as gravações dos álbuns Descobrindo tesouros – A magia de Maria Josephina no piano infantil de Mignone (2018) e Chico Bororó – Um Jovem Mignone (2019), entre muitos outros discos, foram relevantes ações da pianista no sentido de manter a obra e a figura de Francisco em evidência no universo da música erudita.
Contudo, tais ações póstumas em favor de Francisco Mignone jamais encobriram a importância da própria Maria Josephina Mignone.
Fonte da Máteria: g1.globo.com