Pesquisar
Close this search box.
Notícias

MP da Venezuela abre investigação criminal contra oposição por divulgação de contagem paralela


Procurador-geral afirma que publicação tem documentos ‘forjados ou falsos’; país enfrenta manifestações após reeleição de Maduro. Tarek William Saab, procurador da Venezuela, disse que contagem paralela dissemina informações falsas e gera inquietação na população venezuelana
Federico Parra / AFP
O Ministério Público da Venezuela abriu uma investigação criminal contra opositores do presidente Nicolás Maduro por conta da publicação de uma contagem paralela com as atas do resultado das eleições, em 28 de julho.
A informação foi publicada nesta quarta-feira (7) pelo procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab. Desde a eleição, o país enfrenta uma onda de protestos convocados pela oposição. Ao menos 24 pessoas morreram e cerca de 2 mil foram detidas.
De acordo com o Ministério Público, a página na internet com os dados divulgados pela oposição tem documentos “forjados ou falsificados, com os quais se pretende usurpar ilegalmente funções do Conselho Nacional Eleitoral”.
O comunicado do MP também afirmou que a divulgação da contagem paralela dissemina informações falsas e gera inquietação na população venezuelana.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
“Os responsáveis pela publicação e manutenção dessa página serão investigados pela suposta prática dos crimes de usurpação de funções, falsificação de documento público, incitação à desobediência das leis, crimes informáticos, associação para delinquência e conspiração”, informou o Ministério Público.
Ainda conforme o comunicado, o órgão se manterá vigilante “diante de qualquer ato que atente contra a paz e a estabilidade do país.
Leia também:
Assessor de Lula diz ser lamentável que atas sigam desconhecidas: ‘[Maduro] me disse que seriam publicadas’
‘Eu temo muito que possa haver um conflito muito grave’, diz Amorim sobre a Venezuela
Oposição diz que chefe regional de campanha foi presa; VÍDEO mostra detenção
Atas eleitorais
O chefe do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, disse que entregou à Corte Suprema da Venezuela as atas das eleições presidenciais, segundo a Agência France-Presse (AFP). O órgão eleitoral, alinhado ao atual presidente, Nicolás Maduro, indicou a reeleição para um terceiro mandato.
Maduro foi proclamado vencedor da eleição pelo CNE venezuelano na semana passada com 51,95% dos votos, enquanto o candidato da oposição, Edmundo González, recebeu 43,18%, com 96,87% das urnas apuradas.
A oposição e a comunidade internacional contestam os números divulgados pelo CNE e pedem a divulgação integral das atas eleitorais. Diversos países do mundo, observadores internacionais da eleição, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União Europeia não reconhecem o resultado e pedem a divulgação das atas eleitorais.
O Centro Carter, ONG que observa democracias e eleições pelo mundo, disse que a eleição “não pode ser considerada democrática”.
González se autodeclarou presidente eleito da Venezuela na segunda-feira (5). A autoproclamação de González tem caráter simbólico, porque segundo a legislação venezuelana quem tem poder legal de proclamar um novo presidente é o Conselho Nacional Eleitoral.

Fonte da Máteria: g1.globo.com