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No Lolla, Shawn Mendes faz versão 'evoluída' do show no Rock in Rio, mas morna e irregular para um headliner


Cantor encerrou sábado com show similar ao último no Brasil. Ele cantou com músicos brasileiros e repetiu a versão de ‘Mas que nada’, mas público dispersou. Shawn Mendes canta ‘Mas que nada’, de Jorge Benjor, no Lollapalooza
Meses após o show no Rock in Rio, Shawn Mendes se apresentou de novo no Brasil neste sábado (29). De lá para cá, o headliner do Lollapalooza lançou um novo disco, “Shawn”, e tinha todo o pretexto para criar um show totalmente diferente. Mas a apresentação desta noite estava mais para uma versão evoluída da anterior.
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Na verdade, quem viu a apresentação no Rio podia ter chegado depois de 20 minutos deste show e não teria perdido muitas novidades. Shawn abriu com as mesmas cinco faixas do setlist no Rock in Rio, na mesma sequência, inclusive. Tocou “Holding Me Back”, seguida de “Wonder”, “Treat You Better”, “Monster” e “Lost in Japan”.
A diferença ficou na estrutura do palco, bem mais robusta que o Rock in Rio. Enquanto aquela parecia “improvisada”, esta tinha cenário, luzes, fogos de artifício e um bem-vindo telão a mais.
“Fazia muito tempo que eu não vinha para cá”, disse o músico, que deve ter percebido o estranhamento dos fãs e acrescentou: “Nessa cidade”.
Apesar de uma certa timidez, o canadense já lida com grandes públicos há um tempo. Ele teve uma trajetória similar à de Justin Bieber: começou na internet, ainda novinho, e foi alçado ao posto de galã hitmaker. Virou notícia por seus relacionamentos, também.
Mas Shawn não quer ser Bieber. Ele prefere se posicionar entre nomes como Ed Sheeran e John Mayer – mais um cantor-compositor que um performer pop.
Shawn Mendes canta ‘There’s Nothing Holdin’ Me Back’ no Lollapalooza 2025
Ele triplicou essa aposta em “Shawn”, álbum de novembro de 2024, com arranjos folk e faixas emocionais. No Rock in Rio, aliás, Mendes estava retornando de uma pausa para cuidar da saúde mental.
A transição para as canções mais orgânicas refletiu nas poucas novidades do repertório, que inclui coro, violino e pandeiro em “Isn’t That Enough (Group of Friends)”. Nessas músicas mais amenas, ele foi perdendo o público, mesmo com tentativas de puxar coros e ensinar refrãos.
O contexto não favoreceu. Em um momento pra lá de anticlimático, antes de “Heart of Gold”, Shawn se emocionou lembrando da morte de um amigo – mas o som do palco eletrônico invadiu bem a fala dele. Ficou claro como o Shawn confessional estava fora de contexto no Lolla.
A plateia queria o popstar. Do silêncio, brotou a gritaria nos sucessos radiofônicos “Mercy” e “Stitches”. E quando o repertório voltou a ficar tranquilo, a plateia dispersou.
O músico atraiu fãs, claro, mas o palco principal não parecia o que Olivia Rodrigo ocupou no dia anterior. Com muito mais buracos no público, deu pra perceber que a curadoria repetida afetou o evento. O público do dia já era menor e não ficou até o fim, especialmente após o show de Alanis.
Simpático e sorridente, Shawn quis homenagear o Brasil e convidou músicos brasileiros com tambores, guitarra e pandeiro – que deram percussão de samba ao fim de “Youth”. Apesar disso, esqueceu de nomeá-los (na percussão, estava a mestra de bateria Silvanny Sivuca).
A variação ficou por aí. Apesar de ter um pai português e poder arriscar outra canção brasileira, ele resolveu repetir a versão de “Mas que nada” cantada no Rock in Rio.
Para uma plateia mais vazia que no início do show, a apresentação só pegou embalo no fim, com a sequência “If I Can’t Have You”, “Why Why Why” e “In My Blood”. Shawn pode estar de volta, mas ainda não entendeu totalmente se quer o megashow de festival ou um show intimista de auditório. Na dúvida, acabou não fazendo nem um, nem outro.
Cartela resenha crítica g1
g1

Fonte da Máteria: g1.globo.com