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Nobel de Literatura: relembre os vencedores dos dez últimos anos


Anúncio da premiação de 2024 foi feito nesta quinta-feira (10). Prêmio foi concedido para Han Kang “por sua intensa prosa poética que confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana”. Nobel de literatura vai para escritora sul-coreana Han Kang
Han Kang, escritora sul-coreana, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura 2024. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (10), pela Academia Sueca, em Estocolmo.
De acordo com a academia, o prêmio foi concedido “por sua intensa prosa poética que confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana”.
Han Kang
AP Photo/Lee Jin-man, File
Han Kang nasceu em 1970 na cidade sul-coreana de Gwangju, e se mudou para Seul aos nove anos. Ela vem de uma formação literária, e seu pai é um renomado romancista. Junto à sua escrita, ela também se dedicou à arte e à música, o que se reflete em toda a sua produção literária.
Han Kang
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Relembre os vencedores do Prêmio Nobel de Literatura na última década:
2023: Jon Fosse (Noruega)
Jon Fosse, escritor norueguês, ganha Prêmio Nobel de Literatura 2023
Jornal Nacional/Reprodução
Jon Fosse, autor norueguês, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura no ano passado. Segundo a Academia, o prêmio foi concedido “por suas peças e prosa inovadoras que dão voz ao indizível”.
Nascido em 1959, em Strandebarm, na costa oeste da Noruega, seu primeiro conto, “Han”, foi publicado em um jornal estudantil em 1981. Dois anos mais tarde, Fosse fez sua estreia com o romance “Raudt, svart” (“Vermelho, preto”, sem publicação no Brasil). Já chamado de “Samuel Beckett norueguês do século XXI”, sua obra inclui ficção, poesia, ensaios, mais de 40 peças teatrais e títulos infantis.
Em setembro, a Companhia das Letras publicou “É a Ales”, que apresenta uma reflexão de amor e a perda a partir das memórias de Signe, uma mulher que espera seu marido, desaparecido depois de sair de barco em um fiorde.
2022: Annie Ernaux (França)
Annie Ernaux
Julie Sebadelha/AFP
Annie Ernaux é considerada uma das autoras mais importantes da França, ao escrever romances sobre a vida cotidiana em seu país.
Professora universitária de Literatura, Annie escreveu quase 20 livros, nos quais aborda o peso da dominação das classes sociais e a paixão do amor, dois temas que marcaram sua trajetória. Sua obra, essencialmente autobiográfica, constitui uma radiografia da intimidade de uma mulher que evolui na esteira das grandes mudanças na sociedade francesa do pós-guerra.
Entre seus livros está “O Acontecimento”, de 2000, em que relata um aborto clandestino que fez nos anos 1960. A Academia afirmou que sua “narrativa clinicamente contida” sobre o aborto ilegal de uma narradora de 23 anos no livro continua sendo uma obra-prima entre seus trabalhos.
A estreia da autora foi em 1974, com o romance “Les Armoires Vides”, que não foi lançado no Brasil. Ela só obteve reconhecimento internacional após a publicação de “Os Anos”, em 2008, com o qual ganhou o prêmio Renaudot. Sobre este livro, a Academia disse que “é seu projeto mais ambicioso, que lhe deu uma reputação internacional e uma série de seguidores e discípulos.”
2021: Abdulrazak Gurnah (Tanzânia)
Abdulrazak Gurnah posa para foto em sua casa em Canterbury, Inglaterra
Frank Augstein/AP
Abdulrazak Gurnah, romancista tanzaniano, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura “por sua penetração intransigente e compassiva dos efeitos do colonialismo e do destino do refugiado no abismo entre culturas e continentes”, segundo a Academia.
Gurnah nasceu em 1948 e cresceu na ilha de Zanzibar, chegando na Inglaterra na década de 1960 como refugiado. O romancista começou a escrever aos 21 anos de idade e publicou dez livros e diversos contos ao longo da carreira. A temática de refugiados é a base de todo seu trabalho.
O romancista é conhecido sobretudo pelo livro “Paradise”, de 1984, ambientado no leste da África durante a Primeira Guerra Mundial. A obra foi finalista na época do Booker Prize de ficção.
2020: Louise Glück (Estados Unidos)
Louise Glück em imagem de novembro de 2014, quando recebeu o National Book Awards, em Nova York
Robin Marchant / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
Louise Glück, poeta americana, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura 2020. Considerada por muitos uma das poetas contemporâneas mais talentosas dos Estados Unidos, Glück é conhecida pela precisão técnica, sensibilidade e uma obra sobre solidão, relações familiares, divórcio e morte.
Seus primeiros livros são centrados em casos de amor fracassados, encontros familiares desastrosos e desespero existencial. Nos trabalhos posteriores, ela continuou a tratar de temas como decepção, rejeição, perda e isolamento.
2019: Peter Handke (Áustria)
O vencedor do prêmio Nobel de Literatura de 2019, Peter Handke, em foto de novembro de 2018 durante uma premiação de teatro.
Georg Hochmut / APA / AFP
O romancista e ensaísta Peter Handke – que é coautor do roteiro do premiado filme “Asas do desejo” (1987) – foi escolhido ganhador do Nobel “por um trabalho influente que, com engenhosidade linguística, explorou a periferia e a especificidade da experiência humana”, justificou a Academia Sueca.
O romance de estreia dele, Die Hornissen, (“As vespas”, em tradução livre), foi publicado em 1966. A obra, junto com a peça ‘”Ofendendo o público”, de 1969, são citadas como responsáveis por deixar a marca do escritor no cenário literário. Os trabalhos são reconhecidos pelas experimentações radicais.
2018: Olga Tokarczuk (Polônia)
Olga Tokarczuk posa com o Man Booker International na terça-feira (22) no Victoria and Albert Museum em Londres
Associated Press
Sua estreia na ficção foi em 1993, com “Podróz ludzi Księgi” (“A jornada do povo do livro”, em tradução livre).
Segundo o Nobel, a verdadeira inovação de Olga veio com seu terceiro romance, “Prawiek i inne czasy” (“Primitivo e outros tempos”), de 1996. O volume é “um excelente exemplo de nova literatura polonesa após 1989”, avaliou o comitê do prêmio.
2017: Kazuo Ishiguro (Reino Unido)
Kazuo Ishiguro
Reprodução/Facebook
Considerado um dos mais importantes autores vivos da língua inglesa, ele é autor de oito livros (sete romances e um volume de contos). São de Ishiguro “Os vestígios do dia” (1989), que ganhou o Man Booker Prize, e “Não me abandone jamais” (2005), ambos adaptados ao cinema. Com obra versátil, já foi de registros de memória a ficção científica e fantasia.
2016: Bob Dylan (Estados Unidos)
Bob Dylan receberá Nobel de Literatura neste fim de semana em Estocolmo
Vince Bucci/Invision/AP
O cantor e compositor americano Bob Dylan, de 75 anos, é considerado um dos maiores nomes da música do século XX.
A opção por um músico – e não por um escritor de ofício – soou incomum, mas o nome do Dylan vinha sendo cotado havia muitos anos. Também poeta e com diversos livros lançados, o artista é aclamado sobretudo pelo lirismo de suas letras.
2015: Svetlana Alexievich (Belarus)
A escritora Svetlana Alexievich foi anunciada na manhã desta quinta-feira (8) vencedor do Nobel de Literatura 2015. A escolha foi divulgada em um evento na cidade de Estocolmo, na Suécia
Reuters/Stringer/Arquivo
Svetlana Alexiévitch é uma escritora e jornalista bielorrussa. Segundo o comitê da premiação, Alexiévitch foi escolhida por sua “obra polifônica, um monumento do sofrimento e da coragem em nosso tempo”. Considerada cronista implacável da União Soviética, ela é uma das raras autoras de não ficção premiadas com o Nobel.
2014: Patrick Modiano (França)
O autor francês Patrick Modiano dá entrevista coletiva em Paris nesta quinta-feira (9) logo após ser anunciado ganhador do Nobel de Literatura
Thomas Samson/APF
O escritor francês foi escolhido por conta “da arte da memória com a qual evocou os destinos humanos mais inapreensíveis e jogou luz sobre a vida durante a ocupação”.
A Academia Sueca, que atribui o Nobel, se referia à ocupação alemã na França durante a Segunda Guerra Mundial. As obras de Modiano são centradas em temas como a memória, o esquecimento, a identidade e o sentimento de culpa. Sobre os contos do autor, o perfil destaca que “são construídos sobre uma base autobiográfica” e que jornais e entrevistas servem como ponto de partida. A cidade de Paris é cenário recorrente em seus romances, quase um personagem.
2013: Alice Munro (Canadá)
‘Palavras de Alice Munro’ é tema de encontro literário no Sesc Sorocaba
Divulgação
Segundo o comitê da premiação, Munro é “mestre da narrativa breve contemporânea” e “aclamada por sua narrativa afinada, que é caracterizada pela clareza e pelo realismo psicológico”. Alguns críticos a consideram “a Chekhov canadense”, em referência ao escritor russo Anton Chekhov, por seus contos serem centrados nas fraquezas da condição humana.
Entre suas obras mais conhecidas estão “Fugitiva” (2006), “Felicidade demais” (2010) e “O amor de uma boa mulher” (2013).

Fonte da Máteria: g1.globo.com