O primeiro-ministro Han Duck-soo, que substitui o presidente eleito, Yoon Suk Yeol, desde 14 de dezembro, se recusou a nomear juízes para preencher postos vagos no Tribunal Constitucional, medida necessária para garantir julgamento do impeachment de Yoon. O primeiro-ministro Han Duck-soo durante discurso em 11 de abril de 2024
Yonhap/AP
O presidente em exercício da Coreia do Sul, Han Duck-soo, irá enfrentar uma votação de impeachment depois que a oposição do país resolveu apresentar uma moção contra ele, alegando abuso de poder, nesta quinta-feira (26).
O primeiro-ministro sul-coreano, que atua como interino desde a destituição do presidente eleito, Yoon Suk Yeol, no dia 14 de dezembro, se recusou a nomear três juízes para preencher vagas no Tribunal Constitucional, dizendo que isso excederia seu papel temporário.
A medida é necessária para garantir o julgamento de Yoon no tribunal após a aprovação de seu impeachment pela Assembleia do país.
Após o impeachment de Yoon, o Partido Democrata, principal opositor do governo, disse que, no interesse da estabilidade nacional, não iria processar Han por seu papel na tentativa de impor a lei marcial.
No entanto, além da divergência em relação à nomeação dos juízes – que, segundo o partido, tem como objetivo obstruir o julgamento de Yoon -, a oposição não gostou dos projetos de lei apresentados por Han, que pedem promotores especiais para investigar o presidente, e afirmou que ele é “um dos principais suspeitos da rebelião”.
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O líder do Partido do Poder Popular, o mesmo do presidente Yoon, disse aos repórteres que, se Han fosse acusado, isso poderia desencadear uma nova crise financeira.
A votação também ameaça intensificar a crise política que assola o país, a quarta maior economia da Ásia e uma de suas democracias mais vibrantes. Se Han for acusado, o ministro das Finanças assumirá a presidência interina.
Nesta sexta-feira (27), o Tribunal Constitucional se reúne para sua primeira audiência no caso do presidente Yoon Suk Yeol, que foi acusado e suspenso de suas funções após decretar lei marcial.
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O tribunal tem 180 dias para decidir se Yoon será reintegrado ou permanentemente removido do cargo. No último cenário, uma nova eleição presidencial seria realizada dentro de 60 dias.
Yoon não é obrigado a comparecer à audiência. Ele se recusou a receber ou reconhecer comunicações judiciais até agora.
Nesta quinta-feira, uma porta-voz do tribunal disse que a audiência será realizada independentemente da participação de sua equipe, mas não comentou se o presidente acabaria sendo obrigado a responder.
Segundo a agência de notícias Yonhap, os representantes legais do presidente sul-coreano comparecerão à primeira audiência do Tribunal Constitucional.
Fonte da Máteria: g1.globo.com