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Quem é María Corina Machado


Líder da oposição venezuela foi libertada após ser detida enquanto saía de uma manifestação contra o presidente Nicolás Maduro na região de Caracas, nesta quinta-feira (9). Informações foram divulgadas pela oposição. A líder da oposição Maria Corina Machado chegando para votar na eleição presidencial em Caracas, Venezuela.
Alexandre Meneghini/REUTERS
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, foi libertada após ser detida enquanto saía de uma manifestação contra o presidente Nicolás Maduro na região de Caracas, nesta quinta-feira (9). As informações foram divulgadas pela oposição.
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Ameaçada de prisão após as eleições venezuelanas, Corina Machado tem 57 anos e nasceu na capital Caracas. Ela é de uma família conservadora e católica. Também é engenheira industrial de formação, além de professora e política.
No ano passado, ela foi vencedora das prévias da oposição com mais de 90% de apoio e era a favorita para vencer Maduro nas eleições, mas foi inabilitada para ocupar cargos públicos por 15 anos, numa decisão do Supremo Tribunal de Justiça em janeiro de 2024, alinhado ao governo venezuelano.
Mesmo assim, ex-deputada ajudou a promover o nome de Edmundo González, candidato escolhido pela coalizão de oposição.
A autoridade eleitoral venezuelana, porém, proclamou Maduro eleito para um terceiro mandato de seis anos após as eleições presidenciais de 28 de julho do mesmo ano, sem apresentar os detalhes da apuração, como determina a lei.
Machado enfrentou uma série de desafios enquanto percorreu o país para fazer campanha para González: caminhou por rodovias, andou de motocicleta, buscou abrigo na casa de apoiadores e viu seus colaboradores mais próximos serem presos e perseguidos.
Alimentada pelo impedimento de concorrer às eleições, a líder da oposição venezuelana se tornou a força motriz da principal coalizão de oposição e um símbolo de esperança, coragem e perseverança para milhões de venezuelanos.
Machado é um “símbolo de resistência ao regime”, disse Michael Shifter, acadêmico e ex-presidente do Inter-American Dialogue, um think tank com sede em Washington. “Seus esforços para desafiar o partido governista lhe renderam a admiração de muitos eleitores que a veem como o “instrumento para uma transformação na Venezuela”, acrescentou Shifter.
Edmundo González Urrutia (à esquerda) foi escolhido candidato de consenso pela coalizão de oposição após cassação da candidatura de María Corina Machado (à direita)
EPA/BBC
A engenheira industrial e filha de um magnata do aço começou a desafiar o partido governista em 2004, quando a organização não governamental que co-fundou, Súmate, promoveu um referendo para destituir o então presidente Hugo Chávez. A iniciativa falhou, e Machado e outros executivos do Súmate foram acusados de conspiração.
Um ano depois, ela despertou a raiva de Chávez e seus aliados novamente ao viajar para Washington para se encontrar com o presidente George W. Bush no Salão Oval. Chávez considerava Bush um adversário.
Ela entrou formalmente na arena política em 2010, quando foi eleita para um assento na Assembleia Nacional, recebendo mais votos do que qualquer aspirante a legislador antes dela. Foi a partir dessa posição que ela interrompeu audaciosamente Chávez enquanto ele se dirigia ao legislativo e chamou sua expropriação de empresas de roubo.
“Uma águia não caça uma mosca,” respondeu Chávez. O embate ficou gravado na memória dos eleitores.
Embora María Corina Machado tenha vencido as primárias organizadas pela oposição em 2023 para escolher o candidato que disputará a presidência da Venezuela, não poderá participar das eleições.
Gapor Oráa/Reuters
Machado, mãe de três filhos, revelou suas aspirações presidenciais dois anos depois. Ela ficou em terceiro lugar na disputa para ser a candidata presidencial da Mesa de Unidade Democrática.
Entre 2011 e 2014, Corina foi deputada na Assembleia Nacional da Venezuela. Considerada combativa, ela se destacou por fazer críticas tanto ao regime, quanto à oposição. Ficou conhecida por liderar a oposição mais linha-dura contra o então presidente Hugo Chávez.
Também se opôs tanto ao autoproclamado governo interino de Juan Guaidó quanto ao setor mais moderado da oposição, que queria derrotar Maduro pela via eleitoral.
Corina Machado foi uma das principais articuladoras das manifestações contra o governo de Maduro em 2014, e teve o mandato cassado.

Fonte da Máteria: g1.globo.com