♫ COMENTÁRIO
♩ A foto acima flagra o pernambucano Juvenal de Holanda Vasconcelos (2 de agosto de 1944 – 9 de março de 2016) na adolescência. Na época, ele ainda não era o Naná Vasconcelos, um dos maiores percussionistas do mundo. O músico que fez história ao introduzir o berimbau no universo do jazz.
Talvez por isso essa foto – um retrato do artista quando jovem – tenha capturado tanto a minha atenção quando, aproveitando estadia na cidade de São Paulo (SP), visitei ontem, 11 de outubro, a exposição sobre o artista no térreo do instituto Itaú Cultural.
Em cartaz até 27 de outubro, com entrada gratuita, a Ocupação Naná Vasconcelos oferece imersão sensorial no universo particular do percussionista. Estão lá os instrumentos, os figurinos vistosos, as capas de discos, as gravações, os vídeos em que é possível ouvir Naná falar e também ouvir outros falarem de Naná.
Para quem busca informação, a mostra inclui painéis com dados relevantes da trajetória do artista, como o fato de Naná ter debutado em disco em 1966, tocando em álbum do cantor Agostinho dos Santos (1932 – 1973), e de o percussionista ter sido o primeiro músico brasileiro a usar uma tabla indiana em gravação de disco, em 1973, ao tocar em álbum de Clementina de Jesus (1901 – 1987).
Mas nada atraiu tanto meu olhar quando o retrato do artista quando jovem. É como se, ao mirar aquela foto, ficasse claro que os gênios um dia já foram bebês, crianças e adolescentes antes de se agigantarem na Arte.
No caso de Naná, que sempre deu a impressão de ser envolvido por ancestral aura divinal, sobretudo quando tocava, o retrato da juventude é especialmente revelador.
É como se a foto lembrasse que o artista nascido há 80 anos – um homem que parecia personificar o Africadeus do título do primeiro álbum solo, de 1973 – também foi de carne e osso.
Mas não se engane. É a alma imortal do percussionista que habita o espaço ocupado no Itaú Cultural pela exposição dedicada a Nana Vasconcelos.
Fonte da Máteria: g1.globo.com