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Rio terá nova bolsa de valores; operação deve começar no 2° semestre de 2025


Na manhã desta quarta-feira (3), o prefeito Eduardo Paes e o CEO da Americas Trading Group (ATG), Claudio Pracownik, responsável pela administração da futura bolsa, anunciaram a instalação do “pregão” na cidade do Rio. Rio terá nova bolsa de valores; operação deve começar no 2° semestre de 2025
Marcelo Piu/ Prefeitura do Rio
Após mais de 20 anos, o Rio de Janeiro voltará a ter uma bolsa de valores. O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira (3) pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) e o CEO do Americas Trading Group (ATG), Claudio Pracownik, na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro, no Centro.
A operação está prevista para começar no 2° semestre de 2025, segundo o representante da ATG, que será responsável pela gestão da nova bolsa. Atualmente, a nova bolsa está em fase final de obtenção das autorizações regulatórias junto ao Banco Central (BC) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Durante a cerimônia desta quarta, Paes sancionou a lei municipal que incentiva a instalação da bolsa de valores na cidade. A nova legislação propõe a redução do ISS (Imposto Sobre Serviços) de 5% para 2% sobre atividades da bolsa de valores, um incentivo ao retorno do mercado de ações carioca.
“O Rio tem uma parte importante da força econômica do Brasil: a Vale está aqui, a Globo tá aqui, a teledramaturgia da Record está no Rio. Mas onde está o setor produtivo? A gente tem um monte de coisas interessantes acontecendo no setor privado do Rio, mas a gente não consegue levantar essa turma”.
Para o prefeito, o objetivo da nova bolsa de valores do Rio de Janeiro é competir com a B3, a bolsa de valores que funciona em São Paulo.
“A volta da bolsa de valores é a ponta do iceberg. É o esforço do governador, prefeito, atores políticos. O setor privado percebeu que tem uma concorrência a ser feita com São Paulo. Começamos a criar um ambiente econômico, um conjunto de atrativos, de novos mercados que surgirão” explicou Eduardo Paes.
Claudio Pracownik, CEO do Americas Trading Group (ATG), destaca que a criação de uma segunda bolsa de valores no país é sinal de maturidade do mercado de capitais nacional, contribuindo para que o Brasil seja visto de forma mais positiva pelos investidores, principalmente os internacionais.
“A nova bolsa terá sua sede administrativa localizada no Rio de Janeiro. Isso é muito importante para a cidade e para o Estado. O Rio voltará a ser um grande centro de negócios, atraindo investidores, e isso tem uma relevância enorme. Nós esperamos que este seja o marco inicial do renascimento do mercado financeiro no Rio de Janeiro”, comentou o CEO do ATG.
O presidente da Câmara do Rio, vereador Carlo Caiado (PSD), destacou o amplo apoio recebido pela lei, por parte tanto do parlamento, como também de agentes econômicos e especialistas: “Este é um marco a consolidação do renascimento econômico do Rio de Janeiro. Após mais de 20 anos, a cidade vai ganhar uma nova Bolsa de Valores. A lei proposta em parceria pelo executivo e pelo legislativo foi aprovada com ampla maioria. A Câmara fez reunião com os setores financeiros e mostrou a importância da lei para especialistas, empresário. Será uma revitalização do mercado financeiro carioca. A nova Bolsa de Valores vai incentivar investimentos diretos e indiretos, estimular emprego e promover crescimento econômico e inovação tecnológica”.
Setor financeiro forte
Segundo a Prefeitura do Rio, o setor financeiro, no triênio 2021-2023, foi o quarto maior pagador de impostos (ISS) do Rio, com o valor de R$ 1,5 bilhão.
Os dados levantados pela Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento (SMFP) representa 9,1% da arrecadação total. O setor conta com 68,5 mil trabalhadores (3,7% dos trabalhadores cariocas), gerando 2,7 mil novos empregos entre 2021-2023.
Além disso, o trabalhador do setor financeiro carioca ganha R$ 9,5 mil por mês, um valor bem superior à média do trabalhador brasileiro (3,8 mil por mês).
O Rio possui mais de 4 mil fundos, o que representa 17,6% do total do Brasil. Em termos de patrimônio gerido, o Rio mostra ser um forte mercado, que reúne R$ 2,2 trilhões sob gestão, o que representa 34% dos valores investidos no país, reunindo 22,6% dos cotistas, com 1,1 milhão de investidores, e 20,4% das assets.

Fonte da Máteria: g1.globo.com