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Rússia ordena fechamento do famoso museu do gulag em Moscou


Justificativa oficial para fechamento foi supostas violações das normas de segurança contra incêndio, mas ocorre em meio a uma intensa campanha do governo russo contra a sociedade civil independente e aqueles que questionam a interpretação oficial da história. Visitante observa acervo do Museu da História do gulag, em Moscou, na Rússia, em 30 de outubro de 2015.
Vasily Maximov/AFP
Autoridades da Rússia ordenaram o fechamento, a partir desta quinta-feira (14), do premiado Museu da História do Gulag de Moscou, dedicado às vítimas da repressão da era soviética.
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O fechamento foi oficialmente justificado por supostas violações das normas de segurança contra incêndio, mas ocorre em meio a uma intensa campanha do Kremlin contra a sociedade civil independente e aqueles que questionam a interpretação oficial da história.
“A decisão de suspender temporariamente as atividades do museu estatal do gulag foi tomada por razões de segurança”, afirmou o Departamento de Cultura da cidade de Moscou.
O museu removeu o conteúdo de seu site, substituindo-o por um anúncio sobre o fechamento “temporário”.
A instituição se recusou a fazer comentários quando foi procurada pela AFP nesta quinta-feira.
Fundado em 2001, o museu no centro de Moscou reúne documentos oficiais do Estado, além de fotografias de família e artefatos de vítimas do gulag.
As autoridades de Moscou informaram que 46 mil pessoas o visitaram durante os primeiros nove meses do ano.
O gulag foi uma vasta rede de campos de trabalho prisional estabelecidos na União Soviética.
Milhões de supostos traidores e inimigos do Estado foram enviados para estes locais, muitos deles para a morte, no que os historiadores reconhecem como um período de repressão política em larga escala.
O Conselho da Europa concedeu ao local seu Prêmio de Museu em 2021, ao destacar que trabalhava para “expor a história e ativar a memória, com o objetivo de fortalecer a resiliência e a resistência da sociedade civil à repressão política e às violações dos direitos humanos, tanto hoje quanto no futuro”.
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Maxim Shipenkov via Reuters

Fonte da Máteria: g1.globo.com