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'Toda problemática brasileira passa por Brasília', disse cineasta Vladimir Carvalho em sua última entrevista


Documentarista morreu aos 89 anos, nesta quinta-feira (24). Em maio passado, Vladimir falou com exclusividade para Globo Brasília sobre seu trabalho e sua admiração pela capital federal. Vladimir Carvalho fala que Brasília é ‘tambor de ressonância da nacionalidade’.
O cineasta e documentarista Vladimir Carvalho morreu aos 89 anos em Brasília, nesta quinta-feira (24). Em 1° de maio passado, o cineasta concedeu sua última entrevista à TV Globo e falou, com exclusividade, sobre seu trabalho e sobre Brasília (veja vídeo acima).
“Aqui [Brasília] é como um tambor de ressonância da nacionalidade. Toda a problemática brasileira passa por Brasília, efetivamente e obrigatoriamente. Os Três Poderes estão aqui”, disse Vladimir.
🎬 As mais de 20 obras do cineasta sobre política e história brasileira levaram Vladimir Carvalho a se tornar um dos nomes mais importantes do cinema do Brasil (confira mais abaixo).
A entrevista de Vladimir aconteceu durante o evento “Conterrâneos Novos de Guerra”, no Museu Nacional de Brasília, que celebrava o Dia do Trabalhador e fazia referência a uma das obras do documentarista: “Conterrâneos Velhos de Guerra”, de 1991.
“Estou há 52 anos em Brasília. A gente sente um conforto quando é reconhecido. No meu caso, eu me empenhei muito em relação à Brasília”, contou o cineasta.
Em 31 de janeiro ele completaria 90 anos de idade. “[Em 2025] eu passo a atender por esse palavrão: nonagenário”, brincou Vladimir durante a conversa.
📌O velório de Vladimir Carvalho é nesta sexta-feira (25) no Cine Brasília, das 9h30 às 13h30. O sepultamento está marcado para 14h30, no Jazigo dos Pioneiros, no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.
Paraibano que admirava Brasília
Vladimir Carvalho disse que faz trabalho em Brasília ‘com carinho e afeto’.
Vlamidir era de Itabaiana, na Paraíba, mas vivia em Brasília há 52 anos. No Distrito Federal, criou o curso de cinema da Universidade de Brasília (UnB), instituição onde foi professor por mais de 20 anos.
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Ele fundou a Associação Brasileira de Documentaristas e, em 1994, criou a Fundação Cinememória, que abriga o acervo do artista.
“Com carinho e afeto que eu faço esse trabalho em Brasília como documentarista'”, falou Vladirmir.
Ele contou que quando chegou à capital já tinha “uma noção” de como a cidade seria importante, por conta da sua admiração por Juscelino Kubitschek. O cineasta, no entanto, também exaltou o árduo trabalho das pessoas que construíram a capital.
“Oscar Niemeyer, Lucio Costa e o comandante disso tudo, que foi Juscelino Kubitschek, não teriam erguido essa cidade se não fosse a classe trabalhadora”, disse.
Morte do cineasta
O cineasta Vladimir Carvalho.
José Varella
Segundo amigos de Vladimir, ele estava internado há três semanas por causa de problemas renais e não resistiu. Ele morreu em um hospital particular de Brasília.
O artista era irmão do também cineasta Walter Carvalho. Entre as obras de Vladimir Carvalho, representante do movimento chamado Cinema Novo, estão “O País de São Saruê”, de 1971; “Conterrâneos velhos de guerra, de 1991”; e “Barra 68”, de 2000.
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Fonte da Máteria: g1.globo.com