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Trump fala sobre atentado e diz que não estaria vivo se não tivesse 'mexido a cabeça no último instante'


Trump foi oficializado como candidato do partido à Casa Branca. Donald Trump em convenção do partido republicano em 18 de julho de 2024
REUTERS/Evelyn Hockstein
O ex-presidente Donald Trump, candidato do Partido Republicano às eleições americanas de 5 de novembro, disse que não estaria vivo se não tivesse “mexido a cabeça no último instante”.
Trump sofreu um atentado a bala no último sábado (13), no estado da Pensilvânia. Ele levou um tiro de raspão na orelha. O atirador foi morto por um sniper do serviço secreto.
O republicano falou no encerramento da convenção nacional do partido, na noite desta quinta, em Wisconsin.
“Vocês vão ouvir de mim a última vez porque foi muito doloroso”, disse ele, atingido de raspão na orelha. Ele disse ter se salvado porque tinha Deus ao seu lado.
Trump contou que ouviu as balas “voando” e elogiou os agentes do Serviço Secreto que o cercaram depois do tiro.
Demais trechos
Pela quarta noite consecutiva, Trump teve uma entrada grandiosa na arena onde acontece a Convenção Nacional Republicana, em Milwaukee. Ele apareceu novamente com um curativo na orelha direita, que ficou machucada após o atentado de sábado (13).
O discurso de Trump foi divulgado de forma antecipada pelo Partido Republicano. Veja a seguir pontos que o ex-presidente deve destacar:
União entre a população dos Estados Unidos
Reação ao atentado na Pensilvânia
Proteção nas fronteiras e medidas para a política migratória
Economia e inflação
Guerra na Ucrânia e no Oriente Médio
Trump já foi oficializado como candidato do Partido Republicano na eleição presidencial marcada para novembro. O vice na chapa será J.D. Vance, atual senador por Ohio.
A campanha do ex-presidente disse que ele resolveu escrever um novo discurso após o ataque. O texto deve defender a união entre os norte-americanos e ter um tom mais presidenciável.
Nos últimos dias, Trump se limitou a apenas fazer posts em suas redes sociais.
União
Trump abriu o discurso defendendo unidade nos Estados Unidos. O ex-presidente disse que o país se levantará ou desmoronará junto.
“Estou concorrendo para ser presidente de toda a América, não de metade. Não há vitória em ganhar por metade da América.”
O republicano também fez um aceno à diversidade, citando até mesmo o partido democrata e imigrantes.
“A cada cidadão, seja jovem ou velho, homem ou mulher, democrata, republicano ou independente, negro ou branco, asiático ou hispânico, estendo a vocês uma mão de lealdade e amizade.”
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Atentado
Em seguida, Trump começou a falar sobre o atentado que sofreu na Pensilvânia, no sábado (13). Ele afirmou que está será a única vez que ele comentará o assunto, por ser “muito doloroso”.
Ele agradeceu ao povo norte-americano pelo apoio dado após o ataque e afirmará que ficou a menos de um centímetro da morte.
Trump relatou que estava falando sobre um gráfico de imigração, quando se virou. Em seguida, ele ouviu um barulho de tiro e viu sangue ao levar a mão à orelha.
O ex-presidente agradeceu aos agentes do Serviço Secreto pela proteção e disse que sentiu a presença de Deus após o atentado.
“Se eu não tivesse virado a cabeça naquele momento, aquele assassino teria atingido o seu alvo. E nós não estaríamos juntos aqui hoje.”
“Apesar de um ataque tão hediondo, nos unimos esta noite mais determinados do que nunca. Nossa determinação está intacta e nosso propósito permanece o mesmo: entregar um governo que sirva ao povo americano.”
Em seguida, Trump voltou a defender a união, afirmando que todos são cidadãos de um mesmo país e que a eleição presidencial será sobre como resolver os problemas enfrentados pelos Estados Unidos.
Imigração
O discurso divulgado pelo Partido Republicano aponta que Trump prometerá fronteiras seguras, se for eleito. Ele deve afirmar que reestabelecerá a lei e a ordem, além do patriotismo.
“Temos uma crise de imigração ilegal. Uma invasão massiva em nossa fronteira sul que espalhou miséria, crime, pobreza, doença e destruição em comunidades por todo o nosso território.”
Trump deve prometer fechar a fronteira com o México e finalizar a construição de um muro entre os dois países. A obra foi iniciada na gestão dele, entre 2017 e 2021.
O ex-presidente dirá que as cidades dos Estados Unidos estão “inundadas de imigrantes ilegais”, e que os americanos estão sendo “expulsos”.
“Eles [imigrantes] estão vindo de prisões e cadeias, de instituições mentais e asilos, e terroristas em níveis nunca antes vistos.”
“Os criminosos do mundo estão vindo para cá, para uma cidade perto de você, e estão sendo enviados por seus governos, porque seus governos são mais espertos que o nosso”, defenderá.
Economia e inflação
Trump deve fazer críticas à gestão do presidente Joe Biden. O texto divulgado pelo Partido Republicano indica que ele afirmará que os preços subiram durante o governo democrata e que trabalhos foram cortados.
Em seguida, o ex-presidente prometerá cortes de impostos e nos custos para a produção de energia. Ele também deve afirmar que acabará com uma política de incentivo à fabricação de carros elétricos, o que vai contra modelos de transição energética do atual governo.
“Sob meu plano, os rendimentos vão disparar, a inflação vai desaparecer, os empregos vão voltar com força total, e a classe média vai prosperar como nunca antes.”
Guerra na Ucrânia e no Oriente Médio
Trump deve prometer acabar com as guerras na Ucrâna e no Oriente Médio. O ex-presidente prometerá trazer paz e estabilidade para o mundo e afirmará que nenhum conflito foi iniciado durante a gestão dele.
O texto divulgado pelo Partido Republicano aponta que Trump classificará a retirada das tropas dos Estados Unidos do Afeganistão como “desastrosa”.
“Encorajados por aquele desastre, a Rússia invadiu a Ucrânia. Israel sofreu o pior ataque de sua história. Agora a China está cercando Taiwan, e navios de guerra e submarinos nucleares russos estão operando a 60 milhas de nossa costa, em Cuba.”
Ele também prometerá que o Hamas pagará um “preço alto” se os reféns mantidos pelos terroristas não forem libertados até que ele assuma a presidência.
Relembre o atentado
Comício de Trump é interrompido após tiros, na Pensilvânia
Trump estava fazendo um comício na cidade de Butler, na Pensilvânia, quando foi alvo do atentado. Um vídeo registrou o exato momento em que o ex-presidente reage ao ouvir tiros de arma de fogo. Um espectador morreu e outros dois ficaram feridos. Veja acima.
Durante os disparos, Trump levou a mão à orelha e se abaixou. Na sequência, agentes do Serviço Secretos dos Estados Unidos protegeram o republicano.
Ele foi retirado do local instantes depois. Antes, acenou para o público e apareceu com a orelha ensanguentada. Trump foi levado para o hospital e recebeu alta cerca de três horas depois.
O ex-presidente fez uma publicação horas após o atentado em uma rede social para comentar o ocorrido.
“Eu levei um tiro que atingiu o pedaço superior da minha orelha direita. Eu soube imediatamente que algo estava errado quando ouvi um zumbido, tiros e imediatamente senti a bala rasgando a pele. Sangrou muito, e aí me dei conta do que estava acontecendo”, escreveu Trump.
O atirador foi identificado como Thomas Matthew Crooks. Ele tinha 20 anos e foi morto por um sniper do Serviço Secreto dos Estados Unidos. Com ele, as autoridades encontraram um fuzil AR-15.
O FBI está investigando a motivação do atentado. Celulares e equipamentos eletrônicos de Crooks estão sendo analisados. As autoridades já revelaram que o atirador pesquisou sobre informações e datas envolvendo Trump e Biden.
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Fonte da Máteria: g1.globo.com