Segundo pesquisa de intenção de voto do instituo Sienna e do “The New York Times”, 49% dos entrevistados pretendem votar em Trump, e outros 43%, em Biden. Mais cedo, Joe Biden disse que permanecerá na disputa. Donald Trump e Joe Biden em debate presidencial, em 27 de junho de 2024
Gerald Herbert/AP
O ex-presidente dos EUA Donald Trump ainda lidera as intenções de votos para as eleições presidenciais, e a diferença percentual para o presidente Joe Biden aumentou após a realização do primeiro debate entre os dois, de acordo com uma pesquisa publicada nesta quarta-feira (3) pelo instituto Siena e o jornal “The New York Times”.
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De acordo com a pesquisa, Trump lidera agora a corrida eleitoral com 49% dos votos, ante 43% de Biden. Em relação à semana passada, antes do debate, Trump aumentou a vantagem, segundo o jornal americano: de três para seis pontos de dianteira.
Antes do debate, Trump aparecia com 48% das intenções de voto na mesma pesquisa, contra 44% de Biden. Por uma questão de arredondamento, o jornal considerou a diferença entre os dois de três pontos percentuais.
Biden e Trump concorrem às próximas eleições dos EUA, em 5 de novembro.
Na comparação com eleitores já registrados para votar, o desempenho de Biden é pior, com 41% dos votos. Trump permanece com 49% nesse caso.
A sondagem ouviu 1.532 eleitores registrados — nos EUA, é preciso fazer um registro para votar — entre os dias 28 de junho e 2 de junho. O debate entre Biden e Trump, o primeiro da corrida presidencial de 2024, aconteceu em 27 de junho.
Outra pesquisa divulgada na terça-feira (2), no entanto, pelo Instituto Ipsos e a agência de notícias Reuters, mostrou que os dois seguem empatados na disputa mesmo após o debate eleitoral. A sondagem, feita também após o debate, mostrou que Biden tinha 40% das intenções de votos e Trump, outros 40% entre os entrevistados.
A sondagem da Reuters e do Instituto Ipsos ouviu 1.070 eleitores nos EUA também após o debate.
Pressionado a desistir, Biden disse nesta quarta-feira (3) que não está pensando em abandonar a candidatura.
“Eu estou concorrendo. Eu sou o líder do Partido Democrata. Ninguém vai me forçar a sair”, disse Biden, de acordo com um assessor seu.
A Casa Branca também afirmou que o presidente “não está pensando em desistir”. Questionada em uma entrevista à imprensa na Casa Branca sobre se o presidente estava considerando a possibilidade de abandonar a corrida eleitoral, a porta-voz do governo Biden, Karine Jean-Pierre, respondeu: “Absolutamente, não!”.
Mais cedo, uma reportagem do jornal norte-americano “The New York Times” afirmou que Biden disse a aliados políticos que tem dúvidas sobre se deve continuar a disputar a reeleição. Jean-Pierre negou a informação.
Segundo fontes próximas a Biden ouvidas pelo jornal, o presidente tem dúvidas sobre se poderá se reerguer após o desempenho ruim no primeiro debate eleitoral contra o candidato republicano, o ex-presidente Donald Trump, na semana passada. Biden disse que quase adormeceu durante o enfrentamento (leia mais abaixo).
Foi a primeira vez que fontes próximas ao candidato democrata revelam dúvidas por parte de Joe Biden sobre seguir ou não com sua candidatura.
Desde o debate, membros do Partido Democrata têm pressionado para que a sigla susbtitua Biden por outro candidato, segundo a imprensa dos EUA — pelas normas do partido, o próprio candidato deve retirar sua candidatura.
No entanto, Biden tem indicado que não desistirá da corrida à Casa Branca, embora já tenha admitido não ter ido bem no debate.
Os aliados do presidente ouvidos pelo The New York Times disseram também que Biden continua fortemente empenhado em tentar a reeleição, ainda segundo o jornal, mas sabe que pode ser difícil se recuperar após o debate.
Segundo outra reportagem, da agência de notícias Bloomberg, também publicada nesta quarta-feira, um grupo de deputados do Partido Democrata está considerando fazer uma carta conjunta pedindo que Biden desista da disputa. O presidente terá uma reunião nesta tarde com deputados democratas em Washington.
Na terça-feira (2), pela primeira vez, um deputado democrata defendeu abertamente a retirada do candidato do partido. Também na terça, uma sondagem feita pela agência de notícias Reuters em parceria com o instituto de pesquisas Ipsos revelou que um em cada três eleitores democratas acha que Joe Biden deveria desistir de concorrer à presidência dos EUA.
A sondagem, que ouviu 1.070 pessoas em todo os EUA durante dois dias após o debate, também mostrou que a ex-primeira-dama Michelle Obama seria a única a vencer Donald Trump em um hipotético confronto, entre os nomes levantados para substituir Biden como candidato democrata.
Na tarde desta quarta, o presidente dos EUA se reunirá em Washington com uma série de deputados do Partido Democrata.
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Jet lag
Na noite de terça-feira, Biden atribuiu ao jet lag — como é chamado o distúrbio que costuma acometer quem faz viagens longas com diferenças de fuso horário — o mau desempenho no debate.
Dias antes do entrentar Trump diante das câmaras, o presidente havia feito duas viagens internacionais, para a França e para a Itália. Em um evento de campanha no estado da Virgínia, ele disse que ignorou apelos de sua equipe para que evitasse viagens e, como consequência, “quase adormeceu no palco” do debate.
“Decidi viajar pelo mundo algumas vezes, passando por cerca de cem fusos horários antes do debate”, disse o presidente dos EUA. “Não dei ouvidos à minha equipe e voltei e quase adormeci no palco. Isso não é desculpa, mas é uma explicação”.
Debate
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Com voz rouca —atribuída a um resfriado—, pouco entusiasmo e hesitante, Biden, de 81 anos, perdeu o debate da semana passada para Donald Trump, de 78 anos, apontam quase todos os analistas políticos e o próprio Partido Democrata.
Trump, candidato do Partido Republicano à Casa Branca, despejou uma série de mentiras com calma e de forma assertiva, sem ser corrigido por Biden, que se confundiu algumas vezes e se mostrou pouco reativo na maioria delas.
O criticado desempenho fez crescer uma questão de se é possível substituí-lo como candidato do Partido Democrata à presidência?
As eleições dos EUA acontecem em 5 de novembro. A convenção dos democratas, que vai confirmar Biden como candidato à reeleição, será entre 19 de agosto e 22 de agosto —daqui a menos de dois meses.
Fonte da Máteria: g1.globo.com