Pesquisadores da Universidade James Cook presenciaram o momento em que o peixe regurgitou uma equidna, um icônico animal australiano bastante parecido com um porco-espinho. Um tubarão-tigre, pouco tempo após regurgitar uma equidna na Austrália, em maio de 2022.
Nic Lubitz
Pesquisadores australianos presenciaram um momento raro próximo à Ilha Orpheus, um paraíso tropical no nordeste da Austrália: um tubarão-tigre regurgitando uma equidna, um espinhoso e curioso mamífero conhecido como “fóssil vivo” (veja foto acima).
A descoberta foi divulgada nesta quinta-feira (06) pela Universidade James Cook (JCU, na sigla em inglês) e fascinou os cientistas que documentaram o “almoço espinhoso” e incomum.
“Ficamos bastante chocados com o que vimos. Realmente não sabíamos o que estava acontecendo”, disse Nicolas Lubitz, ex-aluno de doutorado da JCU que presenciou o momento.
“Consegui tirar apenas uma foto, mas dá para ver o contorno da equidna na água”, acrescentou.
Ele e sua equipe flagraram o caso em maio de 2022, quando estavam estudando a vida marinha na região, que fica perto da Grande Barreira de Corais, o maior organismo vivo da Terra, visível até mesmo do espaço.
E o incidente chamou a atenção da equipe de pesquisa porque se acredita que esta é primeira vez que tal ocorrência é documentada.
As equidnas possuem características primitivas como a capacidade de pôr ovos e um focinho em formato de bico (daí o apelido de fóssil) e na Austrália são protegidas por lei, tornando ilegal sua captura ou comercialização (veja foto abaixo).
Uma equidna-de-focinho-curto, mamífero bastante popular na Austrália, Tasmânia e em partes da ilha de Nova Guiné.
Wikemedia/Fir0002/Flagstaffotos
A principal teoria dos cientistas é que o tubarão capturou a equidna enquanto ela nadava nas águas rasas ao redor da ilha, um hábito já conhecido desses peixes.
Mesmo assim, essa observação desafia a compreensão anterior sobre a dieta desses tubarões, que são conhecidos por sua voracidade e disposição para ingerir uma variedade impressionante de itens.
“Era um tubarão-tigre de tamanho decente, mas não era enorme. É muito raro que eles regurgitem sua comida, mas às vezes, quando estão estressados, podem fazê-lo”, detalhou Lubitz.
Por isso, após o caso, o tubarão-tigre em questão foi equipado com um rastreador acústico antes de ser solto de volta ao mar. Essa medida permitirá que os pesquisadores monitorem seus movimentos e aprendam mais sobre suas atividades após o encontro inusitado.
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Fonte da Máteria: g1.globo.com