Vitória de Nunes coloca Tarcísio cada vez mais independente de Bolsonaro
Chamam muita atenção as repercussões que pode trazer a união de partidos em torno do prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).
Um exemplo de consequência imediata é o impacto que essa aliança pode ter na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, em fevereiro.
A aliança entre o MDB e o grupo em torno do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) comemorou a vitória de Nunes sem o ex-presidente Jair Bolsonaro no palanque.
No discurso após se sagrar vencedor, Nunes agradeceu Tarcísio diversas vezes, mas foi discreto sobre o ex-presidente.
Bolsonaro não teve papel ativo na eleição de Nunes, apesar de seu partido, o PL, fazer parte da coligação. Essa situação cria uma mágoa. Já foi observado alguns sinais de ressentimento de Nunes em relação a Bolsonaro, especialmente no primeiro turno, quando Pablo Marçal ameaçou levar Nunes ao segundo turno.
Em sua fala de vencedor, Nunes afirmou que o “nome de Tarcísio é presente” e o “sobrenome é futuro”, numa sugestão de que o governador deverá ser candidato do campo político à Presidência da República em 2026. Bolsonaro está inelegível, mas não gostaria de perder o posto de candidato do bloco.
Nunes disse que a palavra “lealdade” faz parte de sua história de vida e chamou Tarcísio de “líder maior”.
É importante mencionar que Nunes não é uma figura de grande brilho ou grande empatia popular e conseguiu se eleger porque a esquerda escolheu um candidato com um teto eleitoral visivelmente mais baixo, Guilherme Boulos (PSOL) . Mas também porque Tarcísio mergulhou na campanha.
Nunes reforça ainda mais o núcleo da direita em torno de Tarcísio, que se mostra cada vez mais independente de Bolsonaro.
Fonte da Máteria: g1.globo.com