Erasmo Carlos (1941 – 2022) na capa do álbum ‘Carlos, Erasmo…’, disco de 1971 que traz a balada ‘É preciso dar um jeito, meu amigo’
João Castrioto / Divulgação
♫ COMENTÁRIO
♩ Blockbuster instantâneo do cinema brasileiro, o filme Ainda estou aqui tem arrastado multidões para as salas de cinema desde a entrada em circuito nacional na quinta-feira, 7 de novembro.
Os milhares de espectadores do filme do cineasta Walter Salles estão se deparando no filme com gravação emblemática de Erasmo Carlos (1941 – 2022), destaque da trilha sonora calcada na música brasileira dos anos 1970, década em se inicia a saga política de Eunice Paiva (1929 – 2018), mulher do deputado Rubens Paiva (1929 – 1971), assassinado por militares em janeiro de 1971.
A gravação em questão é a da música É preciso dar um jeito, meu amigo, balada existencialista composta por Erasmo com Roberto Carlos e apresentada pelo Tremendão no sétimo e definidor álbum do artista, Carlos, Erasmo…, lançado no segundo semestre de 1971, ano em que está situado o início do filme Ainda estou aqui.
Com o tempo, o álbum Carlos, Erasmo… se tornou o mais cultuado da discografia de Erasmo, e uma das faixas que mais geram o culto é justamente É preciso dar um jeito, meu amigo. O toque da guitarra de Lanny Gordin (1951–2023) se impõe entre as cordas orquestradas para a gravação da faixa É preciso dar um jeito, meu amigo.
Por evocar com sobriedade o clima sombrio do Brasil em 1971, sem qualquer traço de sentimentalismo, essa gravação de Erasmo Carlos se afina com o tom igualmente econômico e preciso da direção de Walter Salles.
Com versos melancólicos que captam a angústia gerada pelos horrores da ditadura, a música É preciso dar um jeito, meu amigo já fez parte das trilhas sonoras da novela Amor de mãe (Globo, 2019) e da quarta temporada da série Outer banks (Netflix, 2024) antes de realçar o sentido da história contada pelo diretor Walter Salles no filme Ainda estou aqui com base no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva.
Fonte da Máteria: g1.globo.com