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Voz fiel ao cancioneiro da bossa nova, Wanda Sá chega hoje aos 80 anos com disco de músicas inéditas no horizonte


Álbum apresentará no repertório ‘Juntinho’, primeira parceria póstuma de Nando Reis com João Donato. Wanda Sá prepara disco que terá música composta por João Donato (1934 – 2023) e letrada por Nando Reis para a cantora nascida em 1º de julho de 1944
Nana Moraes / Divulgação
♪ ANÁLISE – Em 1964, quando tinha 20 anos, Wanda Sá lançou o primeiro álbum, Wanda vagamente, disco produzido por Roberto Menescal que se tornaria cultuado com o tempo.
Naquele mesmo ano de 1964, Nara Leão (1942 – 1989) debutou no mercado fonográfico com um primeiro álbum que, mesmo com a sonoridade da bossa nova, veio com repertório distanciado do universo sal-céu-sol-sul do movimento que irrompera em 1958 e que abarcara tanto Nara quanto Wanda, ambas amigas e parceiras de Menescal em discos e shows.
Nara Leão seguiu por outros caminhos musicais até se reconciliar definitivamente com a bossa em discos da década de 1980. Cantora de origem paulistana, mas de criação e alma musical carioca, Wanda Sá permaneceu como uma voz macia associada à bossa nova, a cujo repertório sempre foi fiel.
Assim como a bossa, a cantora foi para os Estados Unidos ainda nos 1960 antes de interromper a carreira por duas décadas para se dedicar ao casamento com Edu Lobo e aos três filhos gerados dessa união. Wanda somente retomou a carreira fonográfica nos anos 1990, quando a bossa nova já voltara a ser valorizada no Brasil em discos e shows saudosistas com repertórios revisionistas.
Nascida Wanda Maria Ferreira de Sá em 1º de julho de 1944, a cantora chega hoje aos 80 anos com álbum de músicas inéditas no horizonte.
Com participação do recorrente Roberto Menescal, o disco trará no repertório músicas como Juntinho, primeira parceria póstuma de Nando Reis com João Donato (1934 – 2023). A letra de Juntinho foi escrita por Nando para Wanda Sá a partir de melodia antiga de Donato, cabendo lembrar que a cantora sempre se mostrou afinada com a bossa latina deste compositor e pianista acreano, com quem Wanda até gravou disco lançado em 2003.
Feito por Wanda Sá com o aval da gravadora Biscoito Fino, o álbum de 2024 se juntará a uma discografia que destaca títulos como Brasileiras (gravado com Célia Vaz e lançado em 1994), Domingo azul do mar (2002), Ao vivo (2014), Cá entre nós (bom álbum de clima outonal lançado em 2016) e Bossa sempre nova (2022).
Regular a partir dos anos 1990, a obra fonográfica de Wanda Sá se embaralha com a discografia de Roberto Menescal. São nada menos do que sete álbuns – Eu e a música (1995), Uma mistura fina (1997, com Miele), Estrada Tokyo-Rio (1998), Bossa entre amigos (2001, com a adesão de Marcos Valle), Swingueira (2005), Declaração (2010) e A galeria do Menescal (2011, com a adesão do grupo vocal BeBossa) – gravados com Roberto Menescal, o amigo fiel da artista e produtor musical de Wanda Vagamente, álbum que há 60 anos definiu os caminhos musicais da cantora e que, talvez por isso mesmo, ainda hoje se imponha como o disco mais relevante dessa artista a partir de hoje octogenária.

Fonte da Máteria: g1.globo.com